...Às vezes dá-me p`a ler outras pra escrever, às vezes dá-me p`ouvir outras pra cantar, às vezes dá-me p`a rir outras p`a chorar... Eis que apenas "eu" e os "outros" vivemos no mesmo mundo, não assim tão longe...

30/12/2009

...há quanto tempo...




não sei de ti....

concordar mas...sempre em desacordo



A maioria das pessoas só se convencem de ter razão depois que outras pessoas concordam com elas.
Mas alguns de nós não achamos nada mais perturbador do que as nossas próprias palavras ditas por outros.



Walter Kaufmann,
in 'Crítica da Religião e da Filosofia'

28/12/2009

há ... em ti



Há uma luz em ti

que em mim reflete algo bom

quem sabe a esperança, quem sabe a coragem

que trazes contigo, que partilhas comigo


Há um saber dar em ti

que em mim provoca uma vontade pura

quem sabe de receber, quem sabe de devolver

que brinca contigo, que te eleva a amigo


Há uma brandura em ti

que em mim se transforma em paz

quem sabe a inocência, quem sabe a astúcia

que descobres no escondido, que levas ao teu abrigo


Há uma revolta em ti

que em mim desperta um abrir-de-olhos

quem sabe para o resto do mundo, quem sabe para o teu mundo

que me liberta do meu casúlo, que me exclui do estado nulo


Há uma palavra em ti

que em mim cala e fica por dizer:

quem sabe "fazes-me bem", quem sabe "obrigado por existires"

que espero que nunca mudes, e que simplesmente, sintas!

da malu para hs

19/12/2009

ainda não sou uma besta



Vazio, profundo e eterno, é o que sinto, a me perturbar, a me consumir.
Já não sou mais humano, ainda não um deus e ainda não uma besta. Talvez mais humano do que eu gostaria de ser ou de admitir, pois sim, uma grande vitória não está em descobrir o que você realmente é, e sim admiti-lo. Qualquer verme pode descobrir quem realmente é, mas poucos podem aceitar o que são.

Então eu olho em minha volta e tudo o que sinto é desprezo, ódio, fúria e uma terrível solidão. Sou único, sou uma espécie única vivendo no meio dos símeos sem cauda (e sem cérebro), envolto de ignorância tristeza, agonia. Este é minha terrível sina? A eterna solidão? Não quero sua misericórdia, pois dela não preciso, não iria mudar nada mesmo. Você não seria tão bom quanto eu, e eu não iria me rebaixar, jamais.

Tenho então de me tornar um ser auto-suficiente, independente de outros. Mas até o mais perfeito sente necessidade de um beijo apaixonado, de um abraço amoroso, de uma noite de prazer, e eu não sou exceção a isso. Não pense que eu quero seus beijos sem gosto, seu falso abraço ou sua vagina banalizada, eles não iriam me satisfazer.

Nada pode ser feito, só alimentar meu sonho que há outras como eu. Até lá, devo continuar no escuro, como sempre.

Levy Henrique Bitencurt Filho

16/12/2009

14/12/2009

...de que me vale?...




de que me vale  um coração apertado, cheio de recordações ?

uma caixa vazia, cheia de tudo que me deste?

sim, guardo a caixa... só para lembrar que existiu um tempo em que tu também exististe

e, de que me vale ?!

10/12/2009

... se o amanhã não vier ...



Se eu soubesse que essa seria a última vez que eu veria você dormir eu aconchegaria você mais apertado, e rogaria ao senhor que protegesse você.

Se eu soubesse que essa seria a última vez que veria você sair pela porta, eu abraçaria, beijaria você, e chamaria de volta, para abraçar e beijar uma vez mais.

Se eu soubesse que essa seria a última vez que ouviria sua voz em oração, eu filmaria cada gesto, cada palavra sua, para que eu pudesse ver e ouvir de novo, dia após dia.

Se eu soubesse que essa seria a última vez, eu gastaria um minuto extra ou dois, para parar e dizer: EU TE AMO ao invés de assumir que você já sabe disso.

Se eu soubesse que essa seria a última vez, eu estaria ao seu lado, partilhando do seu dia, ao invés de pensar: "Bem, tenho certeza que outras oportunidades virão, então eu posso deixar passar esse dia."

É claro que haverá um amanhã para se fazer uma revisão, e nós teríamos uma segunda chance para fazer as coisas de maneira correta.

É claro que haverá outro dia para dizermos um para o outro: "EU TE AMO",  E certamente haverá uma nova chance de dizermos um para o outro: "Posso te ajudar em alguma coisa?"

Mas no caso de eu estar errado, e hoje ser o último dia que temos, eu gostaria de dizer O QUANTO EU AMO VOCÊ, e espero que nunca esqueçamos disso.

O dia de amanhã não esta prometido para ninguém, jovem ou velho, e hoje pode ser sua última chance de segurar bem apertado, a mão da pessoa que você ama.

Se você está esperando pelo amanhã, porque não fazer hoje?

Porque se o amanhã não vier, você com certeza se arrependerá pelo resto de sua vida, de não ter gasto aquele tempo extra num sorriso, num abraço, num beijo, porque você estava "muito ocupado" para dar para aquela pessoa, aquilo que acabou sendo o último desejo que ela queria.

Então, abrace seu amado, a sua amada HOJE. Bem apertado. Sussurre nos seus ouvidos, dizendo o quanto o ama e o quanto o quer junto de você. Gaste um tempo para dizer: "Me desculpe"  "Por favor"  "Me perdoe"  "Obrigado" ou ainda:  "Não foi nada"  "Está tudo bem".

Porque, se o amanhã jamais chegar, você não terá que se arrepender pelo dia de hoje.
Pois o passado não volta, e o futuro talvez não chegue.


09/12/2009

... não fui capaz ....



Será que fiz tudo ?

Não... não fui capaz!!!


Sem que me pedisses, sem que me quisesses

não fui capaz de esperar-te, de prometer-te


Sem que me amasses agora

não fui capaz de te querer por tempo indeterminado


Desculpa-me se dei tudo de uma vez

precisamente quando não podias retribuir-me

Agora não sou mais capaz!!!


malu

08/12/2009

...coisas pequenas...




não há coisa maior que amar...

... vir a ser ... (inacabado em mim ) ...



Imagem: Spiritus Lupus in umbra engredi...

Eu me experimento inacabado. Da obra, o rascunho. Do gesto, o que não termina.

Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo,

O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber. O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos.

Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nesta hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis.

Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil.

Melhor mesmo é continuar na esperança de confluências futuras. Viver para sorver os novos rios que virão.

Eu sou inacabado. Preciso continuar.

Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida. A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim. Um dia sou multidão; no outro sou solidão. Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só. Eu sou assim. Sem culpas.

07/12/2009

...baçançar...



"há quanto tempo não dizes que me amas?!"

...não importa o quanto te importes...
porque algumas pessoas simplesmente, não se importam...

... o almas da minha alma ...


sim ... tanto neste como no outro blog... agora apresento apenas  pensamentos, excertos, passagens, e palavras e momentos que me marcam, de outros autores ... ( é mais uma fase... como sabeis, não há estática em mim )

já lá vão meses e anos, sempre a exteriorizar os sentimentos que as palavras me provocam, e a partilhar, quer aqui quer no (reticências)...

não se trata de exibição do ego, nem de auto promoção, até porque, tudo o que transmito, é mais ou muito mais triste e, tudo o que escrevo, é doloroso e melancólico, e por vezes motivo de dor, e não de orgulho, talvêz por isso, sinta a necessidade de pôr cá pra fora, se não rebentava a maior parte dos meus dias...

não são dias negros...credo...não vivo num purgatório... mas, sinto muito profundamente as coisas ocas, as coisas cheias de nadas que me corroiem , tanto que chegam à destruição da mente, da alma... e não valorizo tanto os bons momentos quando escrevo: numa palavra... dramatizo sim... e muito... e só escrevo quando estou mal... o que nestes ultimos meses ou anos, tem sido uma constante na minha inconstância...

tudo isto para dizer que, passado este tempo, em que escrevia, publicava, ouvia, lia e publicava, e misturava, e desistia de um blog e começava outro, e emaranhava tudo de novo, e voltava aos dois, e nunca me desfiz de nenhum, nem deste nem do reticências... achei que já não fazia sentido escrever quer num quer no outro( o que não quer dizer abandoná-los apenas que o que escrevo eu, tem agora outro lugar ).

Não quer dizer que não continue mal, que não continue a escrever compulsivamente... mas tenho desde há pouco tempo esse outro "caderno virtual", ou seja outro blog, onde publico apenas, textos de minha autoria.
os actuais e os já publicados em blogs e sites diversos, ou os apenas deixados na gaveta anteriormente em outros meus cadernos.

um dia... quando me cansar de escrever... o almas da minha alma, é o único livro, que não deixarei de ler.

o depois de tudo e o reticências continuam porque é no que vivo e leio e acompanho que me revelo também... mas o que escrevo eu, fica e sai das almas da minha alma.
eis  a nova morada :


apareçam

como sabem

detesto a solidão

06/12/2009

...tempo...




Não passes o tempo com alguem que não esteja disposto a passá-lo contigo...
Gabriel Garcia Marquez

03/12/2009

...eternamente dois apenas...




Dois...

Apenas dois.

Dois seres...

Dois objetos patéticos.

Cursos paralelos

Frente a frente...

...Sempre...

...A se olharem...

Pensar talvez:

“Paralelos que se encontram no infinito...”

No entanto sós por enquanto.

Eternamente dois apenas.

Pablo Neruda