...Às vezes dá-me p`a ler outras pra escrever, às vezes dá-me p`ouvir outras pra cantar, às vezes dá-me p`a rir outras p`a chorar... Eis que apenas "eu" e os "outros" vivemos no mesmo mundo, não assim tão longe...

29/07/2009

...da minha alegre casinha...


Ele chamava-lhe “Nina”.
Ela chamava-lhe “Nino”
Não havia maior testemunho que este tratamento de carinho. Existia. Era real.

Apaixonaram-se sem medos, e se entregaram sem guerras nem mágoas nem conflitos, sem segredos um ao outro, e abancaram um no outro, porque simplesmente estarem juntos para o que desse e viesse era bom. Eram felizes. Nada deviam a ninguém, e de ninguém tiveram para ouvir provocações, ou lições.

Sim, ingenuamente, se amaram. E não podem negá-lo.
Sim, naturalmente formaram uma vida, um casamento, uma família, e sonharam.

Houve um tempo em que todas as coisas que faziam, eram boas, todas as coisas que diziam eram mimos, todas as canções que ouviam eram suas, todas as pessoas que os viam reflectiam, um casal feliz, um casal bonito, um amor verdadeiro. Existia. Era real.

Houve um rebento lindo, um inquestionável filho desse amor.
E existe…cresce assustadoramente, é a prova viva de que esse amor existiu.
Chama-se Rafael. Ela chama-lhe Rafa ou Rafinha e ele chama-lhe filho.

Houve brincadeiras, gargalhadas, passeios, anseios, sonhos partilhados, caminhos fáceis e difíceis em que se sentiram guiados, acompanhados, palmilhados a dois… Mas depois cada um foi pró seu lado… Surgiram os problemas, os ciúmes mútuos, as dificuldades, os desencontros de ambições ou de interesses, os afastamentos, as discussões, os silêncios, as desilusões acumuladas, as decepções acumuladas…
E, as boas recordações?!
Foram camufladas, os bons momentos foram guardados, num lugar onde não mexem mais, onde esquecem, onde existem são reais mas não se tocam… são preciosas demais.

Em muitos casamentos, aparecem esses desencantos, de ambas as partes e, nunca pensamos quando casamos, que isso seja o nosso caso, que vá acontecer connosco… e não acontece… não aconteceu … Só acontece, quando não há maturidade ou vontade forte o bastante para quando os problemas aparecem, saber vivê-los, ultrapassá-los, a dois, e de voltar a encantar, voltar a dar...e neste lar foi o que houve ou não houve.
Pudera, se não, não estavam hoje separados.
Erraram os dois, fracassaram ambos sim, se não, não se sentiam culpados os dois.

Houve uma manhã em que ele não pediu, exigiu o divórcio…. Foi um ultimato cruel, sem margem para dúvidas, a sua intenção de livrar-se dela era prioritária, acima daquele carinho que existira, acima do amor, da vida, do filho, do casamento, de tudo o que era real… e que embora adormecido existia.
Não houve forma de salvar aquela união, que ambos assumiram, que, já não fazia sentido. E antes dos papéis serem entregues, ele sublinhou, que era mesmo isso que queria… com ela nunca mais quereria nada, mas queria tudo, tudo o que havia, tudo… em troca de um amor que raivosamente negou, e nega até hoje, alguma vez ter sentido. E jurou que a iria esquecer, porque a dor do que sentia nesse dia, era real.

Só houve uma diferença entre os dois.
Ele que dizia que a amava como nunca, injustamente acusou de muita coisa e, de nada de nada perdoou, ou tolerou ou tentou salvar. Como hoje escreve “Nada tinha a perder com o divórcio” e hoje, diz que só agora aprendeu a amar (a outra).
Ela, que ele dizia que nunca o tinha amado, tinha-o sempre perdoado…tudo, e tudo incluindo o intolerável vivia, para manter o quase nada que ainda tinha, mas que existia…era real.

Resumindo numa palavra ACABOU… e foi há quase dois anos.
O divórcio saiu um mês e pouco depois.

Hoje, ele vive outro amor, outra mulher desde poucos meses depois disso, outras crianças, outras ou as mesmas músicas, noutras ou nas mesmas cores, e abafa as lembranças.
Hoje, ela ainda está sozinha, como antes estava, e espera para viver outro amor, outro homem, mas sempre a mãe da mesma criança de todos os dias, dias sem cor, dias em que vive ou não vive, todos os seus amores, apenas de lembranças.
Amores que são reais… existem… e nunca o negou, nunca, de cada vez que amou.

Divide-se, sempre que acaba um casamento, o recheio, o valor da casa, os cds, os filmes, os livros, os trapos, os tarecos… mas não se consegue partir ao meio, o coração, e a memória.
Não podem lembrar-se um apenas das coisas boas e outro apenas das coisas más… Os dois lembram de tudo…. Embora até o possam negar para não ferir mais.

E como se divide um filho?
O rafinha tinha dois anos… hoje tem 4, e é dos dois, e partilham-se as despesas, e o desfrute da sua presença em casa, e ambos o amam por igual, embora, ambos já não formem um casal, e por isso mesmo, esse filho não pode dividir-se, entregar-se aos dois em simultâneo, e ainda sofre mais que os dois, porque tem que revelar-se feliz, com cada uma das pseudo circunstancias que ambos vivem à posterior divórcio, e a sua felicidade só seria real, se ambos, estivessem com ele… E não é o primeiro filho de pais separados…e todos sabemos, que antes bem, com um e com o outro em separado, do que com os dois, mal.

Mas isso não existe, a felicidade, não é real.
E vai-se digerindo, vai-se vivendo, vai-se lembrando, vai-se esquecendo… até que acontecem as coisas, que têm que acontecer, e cai-se na real:

Havia uma casa, linda, desenhada por ela com longas dissertações sobre as divisões e o seu futuro com ele, com tudo ali escolhido ao pormenor para ser o melhor para a vida pelos dois, enquanto esperavam esse filho. Foi assim a cor decidida, só quando souberam o sexo: Se fosse menina (Eva) seria Rosa Velho; se fosse menino (Rafael) seria Azul. Lá está… e lá, foram muito felizes, mas não para sempre… porque também foram muito infelizes, nos diversos momentos guardados no tal lugar onde não se mexe, de cada um dos três elementos desta família desfeita.

E hoje, ela passou ali, e ao que viu e doeu, tirou uma foto ao placar que diz “vendido” na janela. Sem saber como controlar, salta o coração do peito e a “nina” ainda chora porque, afinal era real o sonho, existiu… mas ACABOU… finalmente, para bem da estabilidade emocional dos três ACABOU. Mas muito, muito, muito, aqui ficou.

Resume-se a diferença entre os dois: Nunca a nina diria que “Nada tinha a perder”!
Agora é voltar a jogar… e quem sabe, talvez deixar o amor vencer!!!

Agora é mudar... mudar tudo... agarrar no rafinha e partir, instalarmo-nos noutra casinha, e viver... enquanto ele que nada tinha a perder (ganha) uma nova vida pra se instalar, com o seu novo amor, e com os filhos dos outros... e esquecer!

27/07/2009

...abraça-me...


Nada mais... Apenas um abraço, e que me lambesses as lágrimas, e até poderia amar o teu silêncio, se fosse assim... Mas deste-me muito mais... lágrimas... Se há coisa que vou lembrar de ti, não será a forma como algum dia disseste amar-me, ou o sabor desse amor, mas a indiferença, e a crueldade, como dispensaste tudo o que sentia por ti. Nada mais... Não te peço nada mais... apenas que me deixes... pra que eu possa esquecer.

23/07/2009

...Sombra...

Tens a paranóia do silêncio.Tenho um medo que é imenso, de acordar e não te ver. Presa por quereres a liberdade, e essa história da saudade com que insistes em te defender. Anda, insulta-me agora! Está na hora de sentires a minha pele. Sou como um lobo, o fogo que goza, raposa que cruza o teu sonho mais fiel. Sei de um lugar para ti onde há lugar para mim. E razões para me esconder.

Pedro Abrunhosa
(excerto de sombra)

...espera por mim...

Vais tão depressa, com tanta pressa de chegar ao teu fim. Vais perseguindo as miragens que ultrapassas e engoles os sonhos de tanto querer chegar primeiro, sem intervalos. Olha esse intervalo imenso que já nos separa, vê esse lado negro da sombra e da distância... É realmente um abismo entre nossos trilhos... Será que me desviei do teu caminho? Será que ainda te sigo, se vais tão longe e não consigo acompanhar-te? Será que essas linhas das nossas vidas, com tantas voltas se desenrolaram, se desuniram? Já não têm abraços esses laços... Será que me distraí demasiado com a vida, será que me perdi? Espera por mim...
malu

is this the real life?


foto no olhares


Is this the real life?
Is this just fantasy?

Caught in a landslide
No escape from reality
Open your eyes
Look up to the skies and see
I'm just a poor boy,
I need no sympathy
Because I'm easy come, easy go
A little high, little low
Anyway the wind blows,

doesn't really matter to me...

22/07/2009

...trago-te...


"Trago-te no riso enterrado, nas lágrimas que me lançaste, escadas de incêndio para a sabedoria da felicidade, na pele escaldada pelo brilho da noite, depois do mar. Falámos demasiado para que eu recorde do que falámos, vivemos demasiadas vidas para que eu as possa separar. Para que eu me possa separar de ti"
Inês Pedrosa
(Fazes-me Falta)

...escrever-te perdidamente...

No texto ou carta abaixo... substitui apenas, açucar por mimos, bela por malu, e rita por outro nome e tenta responder-me : O amor...a vida... a dor... é cíclica? Passamos nós tanta vez pelo mesmo e, não aprendemos de nenhuma das vezes ? Já vivi isto... já te escrevi isto... e no entanto aparece aqui, escrito em 13/03/1920. por alguém que não eu, mas tenho a certeza, que como eu... será que ela te escreveu primeiro? É por estas e por outras, que escrevo...porque sei que um dia, me vou reencontrar... e é por estas e por outras, que encontro escritas, que teimo em não duvidar na (re) reencarnação, ressurreição, repetição, respostas... que só quando leio ou escrevo me dão. E desta vez, eu, ou eu nos outros, escrevi sim, só posso ter sido eu, para ti... ou relê e vê...


malu

"(...) Em breve poderei sair contigo e se me não apetecer sair de dia, sairei de noite que é ainda mais poético e mais cómodo; não és da minha humilde opinião? Tu, afinal, com o teu muito amor por mim, mostras precisamente o contrário, visto que me podes prejudicar o mais possível e afinal por uma coisa sem importância nenhuma mas a que todos os outros, na sua estupidez, acharão imensa. E, de resto, eu ando sempre contrariadíssima, em parte alguma estou bem e mostro-me, por conseguinte, desagradável e impertinente, coisa que eu não sou absolutamente nada. Chego muitas vezes a ser malcriada e hoje, por exemplo, estava verdadeiramente insuportável. Desta forma, não achas melhor adiar os nossos passeios por algum tempo? É melhor, muito melhor por tudo. Obrigada pelo chá e pelos bolos; hei-de pagar-lhe tudo isso, um dia que, se Deus quiser, virá bem perto. Sou muito tua amiga, sabes? E tenho a certeza que tu és o meu maior amigo, o mais dedicado, o melhor de todos. Como eu o vi hoje bem! Como tu és leal e bom! Tão diferente de todos os outros homens que para te pagar o que no futuro hei-de dever-te, será pequena a minha vida inteira, mesmo que ela seja imensa. Os outros, amando as mulheres, são como os gatos que quando acariciam, é a eles que acariciam. Amar não é ser egoísta, é tantas, tantas vezes o sacrifício de nós próprios! A dedicação de todos os instantes, um interesse sem cálculo, uns cuidados que em pequeninas coisas se revelam e o pensamento constante de fazer a felicidade de quem se ama. É assim que eu compreendo e que eu sonho um grande amor que nunca se esqueça. Em tão pouco tempo, como pudeste tu gostar de mim, assim como gostas? Gostaste assim da Rita, assim da mesma forma, assim da mesma maneira? E no entanto, meu querido amigo, talvez melhor te fosse casares-te com ela! Ela sempre é uma rapariga com a alma nova, sem recordações, sem saudades. Hei-de ter dias, em que todo o teu afecto não conseguirá arrancar-me a mim mesma. A grande alma revoltada, a grande alma de artista que aprendeu a conhecer a vida, há-de sentir-se triste em muitas, em muitas horas! Tu serias talvez mais feliz com a Rita, ela talvez fosse capaz de te fazer mais feliz. A tua alma é simples, tanto quanto a minha é complicada. Tu és simplesmente, lealmente um homem, e, eu... eu sou uma mulher, e uma criança, e uma artista que se julga alguém. Vê, meu amor, que complicação!
No entanto, ama-se quem se ama e não quem se quer amar. (...) Ela não seria tão exigente, eu sou-o muitíssimo. Preciso de toda a vida, de toda a alma, de todos os pensamentos do homem que me tiver. Preciso que ele viva mais da minha vida que da vida dele. Preciso que ele me compreenda, que me adivinhe. A não ser assim, sou criatura para esquecer com a maior das friezas, das crueldades. Eu tenho já feito sofrer tanto! Tenho sido tão má! Tenho feito mal sem me importar porque quando não gosto, sou como as estátuas que são de mármore e não sentem. (...) De ti gosto muito e porque vejo em ti aquilo que nunca encontrei: a máxima lealdade com a máxima ternura, feita de um verdadeiro interesse pela minha felicidade, tanto como pela tua. Impossível pedir mais a um homem que é o animal mais egoísta que pisa a terra! Nunca serei ingrata e nunca por querer te farei mal. Porque nos encontramos nós? Estranha coisa o destino das nossas vidas, não é? Que elas andem sempre juntas e que nunca sonhem caminhos diferentes quer eles sejam tapetados de rosas, quer as saudades e os lírios roxos os vistam de mágoa e de tormento. Não é assim, amor meu? (...)

Tu então comparas a pressa de passares a vida junto de mim, com a pressa em tirar o retrato?!!... Ora, não há!...

Quero açúcar,
já disse, já disse, já disse, já disse.

Saudades. Gosto de ti.
Bela"
Florbela Espanca in «Perdidamente»

...reclamo...

Silêncio, inoportuna ausência de som, fuga de sentimentos por designar, fonte de esperanças desmedidas e pouco credíveis. Falta de gritos, rasgões nesse discurso sem palavras, pelo ouvido, sem entendimentos sentidos, à alma provoca feridas sem precedentes conhecidos. É o gosto do toque sem pedido, do desejo sem conquista, do incondicional a tudo que é forçado. Tudo em mim anseia o encontro do corpo que de meu tem tanto de teu, e que dele, cada pedaço, o teu, reclama.

...nudez...

tenho a tua mão na minha mão e a mão do olhar invulgar que passa ao lado virando a esquina a desdobrar a pálpebra...no fim a tua mão faz gestos na minha mão e ajuda-me a ver a quebra de luz que o dia tem depois do fim...vou andando olhando o chão e a sentir a tua mão parada sobre a minha mão e não vejo o fim... tentamos acabar com todas as coisas que me fazem chorar pelo que não tenho e não sei se devo ao fim alguma coisa de mim e para quê... se traço na minha mão a tua força e vou escrevendo sobre o fundo do mar e sobre os teus olhos a seguir-me líquido e falido e frio... e o fundo do mar é tão longe e só sem fim... e a loucura que tenho e sinto dentro das nossas mãos juntas... a violência discreta e sincera de quem não sabe o que fazer com tanto dentro das mãos... à língua suja e cheia de nós pelo que deixàmos de falar e de dizer... fogos engolidos um ao outro... e assim não conseguimos fugir... não há fim nisto que sentimos.
tenho a nudez de não saber o que fazer a tanto corpo espalhado sobre todos os quartos desta casa... um corpo sem fim sem princípio sem corpo que se pareça com o nosso corpo junto... parece que engolimos um fantasma que sabe todas as moradas dentro de nós... os seus dedos longos e bicudos escutam as nossas falhadas promessas que já não dizemos um ao outro a ninguém... não há silêncio para tanto corpo... e juntos apesar de vermos o sol pela mesma janela e pelo mesmo som não sabemos o fim ao resto.

não te transformes em flores cujo as cores que não sabes dizer.

21/07/2009

...Fado Nice...

Good Night ladies and gentlemen
I wanna sing a folk song from Portugal
this song is called the Fado.

Bonsoir madame et messieurs
je vai chanterai une chanson typique de Portugal
Il s'appelle Le Fado

Boa noite caros colegas das tascas, adegas e garrafões
eu vou cantar aquela canção que me está no coração
aquela canção que nos trouxe o tratado de Maastricht
a nossa entrada para C.E.E.
é o fado song, o fado da C.E.E.
e é assim:


EntraPacheco

Vi-te um dia toda nice
Cheiravas a pó de rice
estavas mesmo beautiful
mas tu never me ligaste
never, never telefonaste
and i see you toda azul.

Disse-te girl you are soo mine
chavala your are soo fine
my love is soo for you
I like you ao quadrado
You make me marado
Je Te aime, I love you too

I believe no amor
tu és just like uma flor
És meu sonho and my dream
tão fofinha e gostosa
Crazy, crazy and formosa
you're just like an ice crem

E ao terminar esta song
fado triste I am alone
tu partiste, bad girl
my heart ficou à rasca
foste com um gajo da passa
my body is now for sale!

Abaixo as tias ingratas


Autor: Fernando Ribeiro
Canta: Tuna Académica UTAD

...esperança...

Se eu conseguisse viver este dia,
O dia que hoje passa,
Como se fosse o último da minha vida...
Esmagando ressentimentos,
Aleijando-me de toda a podridão
Que me aniquila a Graça,
Que me enegrece a alma
E enluta o coração...

Ai, se eu pudesse suster
Os passos incertos,
No caminho errado,
Do meu viver !
E ao passado não voltar,
E saber esquecer,
Esquecer e perdoar ! ...

Se conseguisse reter
A lágrima que teima,
Dolorida,
Soltar-se dos olhos vidrados,
E que teima
Os rostos enrugados
Dos vencidos da vida ...

Se eu pudesse evadir-me
Deste negro cárcere,
Desta dura e fria prisão
Onde, há muito, vivo
Abandonado,cativo,
Nos braços da solidão...

Se eu conseguisse viver
Só dentro de ti,
E tu, bem dentro de mim,
Mas sem ninguém entender
O nosso viver assim ...
Isolado, neste mundo,
Onde a amargura se esconde,
Alimentando uma esperança
Que virá, não sei bem donde ...
- Do horizonte ? Do céu? Do mar?...

Na chama do amor vivendo,
O coração não se cansa.
Não se cansa de esperar! ...

José Maria Lopes de Araújo
do livro " Outono da Vida "

...minto...

Engulo as palavras para não dizer aquilo que sinto. Tens medo de ouvir e eu tenho medo de te magoar. Olho para ti e, pelo teu olhar, vejo-me obrigada a mentir. Minto, para que possas ser feliz. Sem mim.
Tens medo de saber que eu te amo. Que ainda te amo. Que te amarei. Sempre.
Sorris, como se um "eu não te amo" fosse bonito. És tão mau. Gostas de mim e mentes também. Não queres amar. Não percebo. Não queres amar e não mo deixas fazer, por ti.

(...)
Amas e não sabes amar. Não queres sofrer.
Quem ama, sofre! E, um dia, acaba sempre por morrer desse amor.

(...)
Paramos aqui.
Não, não gosto de ti. Só um bocadinho.
E, assim, contigo, aprendi a mentir. Minto.
Minto para fingir que não te amo.

...até já...


Nunca é "normal " , existem sempre fantasmas , existe sempre o tempo numa contagem cruel que decresce até te deixar ir uma vez mais para longe da minha vida . Existe sempre o absurdo de largar a tua mão e dizer-te "até já , meu Amor" , sabendo que esse "até já" transmite uma falsa esperança de brevidade . Muitas vezes não é assim . O tempo é estranho e mal o meu olhar abandona o teu , já as saudades rebentam numa angustia que não me larga .

...buracos...

caio sempre no mesmo buraco. mudo de rua, de passeio, de cidade, mas o buraco irrompe invariavelmente entre os passos e as passas e, fatalidade suprema, vou sempre ao chão.

estava limpo, é o que vale. também não houve grande alarido, nem sangue à fartura. com o andar das coisas, ou seja, com o multiplicar dos buracos, a carapaça vai endurecendo e eu já não choro tanto.
tenho que me levantar outra vez.

talvez mude de rua, de passeio ou mesmo de cidade.
já pressinto um outro buraco mais à frente, subtil na sua sevícia, mas não posso ficar no chão.
não devo. não quero.

vou respirar fundo, fechar os olhos e avançar uma vez mais.
nesta fase, começo a escrever filosofia e chego à minha primeira sábia conclusão: não vale a pena ir de olhos bem abertos; os buracos são inevitáveis.

ricardo

...apenas uma tela...

Quisera partir numa nuvem
Com a alma pura, terna, bela.
E suspenso pairar sobre o tempo, sobre a esfera
Mergulhar no céu imenso
E longe de mim e do mundo,
Sonhar.
Pairar sobre calmarias
Apartada de tormentas,
Abraçar gentis quimeras,
Embalar, terna, a esperança,
E alcançado o infinito
Planar por entre as estrelas
Embeber a alma nelas
E continuar a Sonhar.
E que o dia e a noite juntas
Vestissem o horizonte
E salpicassem o Sonho
De cores ternas, quentes, eternas.
E o Sonho fosse
Apenas uma tela.



...sinto falta dela...

despedida

Mudei tanto. Cresci imenso. Há em mim uma Mulher que não conhecia, e que agora se reflecte no meu espelho, vive na minha casa, come na minha mesa e dorme na minha cama. Olho-a com desconfiança, ainda me estou a habituar a ela. Faz-me rir, faz-me chorar e surpreende-me a cada dia que passa. Morreu a Mulher que fui e confesso… há dias em que sinto a sua falta.


...também sou eu...

"Sabes, eu sou os pássaros que voam no teu céu, quando os olhas.
Desenho-te promessas no azul que lês e canto para ti canções distantes, que não podes ouvir mas suspeitas imediatamente, sabendo que estás certo.
O lugar escuro do silêncio que procuras tantas vezes é um esconderijo teu.
Nele te refugias para afastar de ti tudo o que é feio e deixas-te ficar oculto até das coisas de que gostas e, tu sabes bem, esse é o lugar das certezas e também sou eu."

...Amor aflito...

(...)"Os teus cabelos negros são os laços que me atam e desatam, que me arrastam. Bicho do mar, ave subitamente esvoaçando no ar, tu ergues-te sobre a minha melancolia. A tua boca é a minha entrada para a asfixia. Porque vagueias tu pelo deserto em busca do vento? Porque persegues a tua sombra? Não encontrarás essa vida que procuras, porque nada permanece.

Do longe chega uma vontade de chorar sem que se saiba o motivo. O tempo, que tudo promete ao esquecimento, quando virá ele em meu auxílio?

O teu corpo, luz sobre a cama. A escuridão chegará de um momento para o outro e tu perdes-te, minha amada, sobre os lençóis num sono que enche a noite. Enroscada como um animal perigoso que ao menor toque atacaria, a luz dos olhos fechada sob as pálpebras docemente descidas. Ainda se vê, no escuro, o seu fulgor. Não sei onde está aquela que eu persigo, por onde se passeia, erguida e nítida, quais os desejos de que se alimenta e os prazeres de que se constrói. Não sei que paisagens a acolhem, que língua humana fala. O teu corpo despido, estendido a meu lado, preste o ataque. Tão frágil que me impede de lhe tocar. Um imenso desejo. A noite toma-te sem fazer perguntas.

Perigos numerosos rondam os viajantes à procura do amor. O esquecimento, o desgaste dos dias, as pequenas coisas que ficam por fazer. Os cavalos estão cansados, não querem seguir para nenhum lado" (...)
Pedro Paixão
excerto da asfixia de um amor aflito

...medo...

catlen freitas cunha - ancia e medo

Tu tens um medo:
Acabar.

Não vês que acaba todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.

Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.

Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.
Cecília Meireles

20/07/2009

...nem uma coisa...

janelas de camila kemi

Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,

Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.


(Álvaro de Campos)
Excerto da tabacaria

16/07/2009

...Foi Feitiço...

Tornam-se batidas, comerciais quando as ouvimos... Quase perdem o encanto...
São, às vezes quando passam, canções que dizem tudo o que gostava que soubesses...



Eu gostava de olhar para ti
E dizer-te que és uma luz
Que me acende a noite
me guia de dia e seduz

Eu gostava de ser como tu
Não ter asas e poder voar
ter o céu como fundo
ir ao fim do mundo e voltar

Eu não sei o que me aconteceu
Foi feitiço! O que é que me deu
para gostar tanto assim de alguém como tu

Eu gostava que olhasses para mim
E sentisses que sou o teu mar
Mergulhasses sem medo
Um olhar, um segredo
só para eu te abraçar

O primeiro impulso é sempre justo
É mais verdadeiro
E o primeiro susto
Dá voltas e voltas
Na volta redonda de um beijo profundo...

André Sardet

...Para ti...



Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti
soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo

Para ti
criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que talhei
o sabor do sempre

Para ti
dei voz às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito para me procurar
e antes que a escuridão nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos vivendo de um só
amando de uma só vida


Mia Couto,

in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"

...Sempre que te vais...


Todo eu sou qualquer força que me abandona


Alberto Caeiro

...Nada existe...


E se sinto quanto estou
Verdadeiramente só,
Sinto-me livre mas triste.
Vou livre para onde vou,
Mas onde vou nada existe.


Fernando pessoa

...Lágrimas ocultas...


Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

Florbela Espanca

15/07/2009

...Super Mulher...

Hoje é o aniversário da minha mãe (63 anos)
E mais uma vez, merece uma palavra de admiração…

Há um ano atrás, sofria, por não saber se hoje ela iria estar aqui…

Está… já foi operada, já tirou parte do tumor da cabeça, já está de regresso à normalidade que é a sua caca de vida. Já está aí, que nem a “firme rocha que leva com toda a força da maré” que sempre conheci…

Ficou com a boca ao lado (paralisia facial) mas, não se esconde, vai à fisioterapia e, “talvez disfarce”… teve muitas dores, mas já largou os medicamentos outra vez… e foi há um mês, que lhe tocaram no cérebro… e continua igual… a minha mãe…

Levantou-se de manhã, e decidiu ir ver-o-mar, e levar os netos, e eu vim trabalhar, e ela lá foi… e voltou…cansada mas ancorada … presente e persistente.

Parabéns mãe, mais uma vez.!!!
Pena, que não sou da mesma massa, da mesma farinha…!!!

Mas ainda bem mãe, que és minha… e estás aqui!!!
Obrigada, mais uma vez…
Malu
amor de mãe de marcelo ferreira

Pra onde quer que eu olhe
Nada parece estar completo
Eu me levanto e continuo procurando,
Pelo melhor pedaço de mim
De cabeça baixa por esse peso
Escrava da humanidade
Eu levo isso em meus ombros
Tenho que encontrar a minha força interior

Porque eu sou uma
Super-Mulher
Sim eu sou,
Sim ela é.
Mesmo quando eu estou confusa
Eu ainda coloco uma roupa
Com um "S” que trago no peito
Sou uma
Super-Mulher

Por todas as mães que lutam
Por dias melhores que virão
Por todas as mulheres sentadas aqui agora
Que tem que voltar para casa antes do sol se por
Para todas as minhas irmãs
Cantando juntas
Dizendo:
Sim eu vou,
Sim eu posso.

Porque eu sou uma Super-Mulher
Sim eu sou,
Sim ela é.
Mesmo quando eu estou confusa
Eu ainda coloco uma roupa
Com um "S” que trago no peito
Sou uma Super-Mulher

Quando eu estou em crise
E não posso ser compreendida
Eu começo a enfraquecer
Porque ninguém sabe
Mas por debaixo desse disfarce
Eu sei voar...
Nós sabemos voar...

Deixe-me contar um segredo,
Eu sou uma
Super-Mulher
Sim eu sou.
Porque mesmo quando estou confusa
Eu ainda coloco uma roupa
Com um "S” que trago no peito
Sou uma Super-Mulher, sim eu sou
Eu disse que sou uma Super-Mulher...
E você também é....

SuperWoman (Tradução)

Alicia Keys

...O sonho...



O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esperança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte
Os beijos merecidos da Verdade.


Fernando Pessoa
Excerto do Horizonte

14/07/2009

...enquanto houver...

foto em olhares.com

Enquanto houver um sorriso
enquanto houver um fascínio
vento a soprar-nos na cara
e a roupa a tocar na pele
enquanto houver companhia
nos avessos do caminho
podem rasgar-nos a alma
que há-de sobrar poesia

Enquanto lançarmos sonhos
com a força da maré
e desvendarmos o mundo
entre incertezas e fé
e as coisas oscilarem
ao segredar-se uma jura
podem rasgar-nos alma
que há-de sobrar a ternura

Enquanto houver um disparo
que rompa um silêncio vão
enquanto o tempo doer
ao escorregar-nos das mãos
e trocarmos a desculpa
pela culpa da verdade
podem rasgar-nos a alma
que há-de sobrar-nos vontade


Letra: Mafalda Veiga
Musica: Susana Félix e Renato Jr.
Canta: Susana Félix

...Força...

"Uma criança estava a tentar levantar uma pedra.
Mas a pedra era grande e por mais que se esforçasse não conseguia.
O pai que observa o facto perguntou-lhe:

- Tens a certeza que estás a usar toda a tua força?

- Sim, tenho! "- respondeu o filho.

- É que ainda não pediste a minha ajuda! "

...Vencer...

"Só se vence o ódio ou a indiferença
com o poder da invenção do amor
em dar inesperadamente muito mais do que foi perdido."

painting artcameron

"Viver

é consumir-se de amor,

dialogar,

perder-se nos outros.

A vida

é a interpenetração total das almas

e das inteligências."

...encontraste...


"Não te enganes
achando que a tua felicidade está longe,
porque ao contrário disso, ela está perto e muito perto,
basta algum dia tu olhares para o lado
e com certeza eu vou estar lá nesse dia,
só para ter a certeza de que realmente tu a encontraste."

...Saudades...


Saudades! Sim... talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca

...ou um pouco mais...

Miro


Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

Excerto do cansaço (Álvaro de Campos)

...Amar-te...


Enterrei a dor do meu coração,
o que não quer dizer que não passe o tempo a emergir.

Apaguei a tristeza dos meus olhos,
o que não quer dizer que não chorem a toda a hora.

Escolhi as boas recordações de nós,
o que não quer dizer que não teimem em dissipar-se.

Recuperei as palavras doces de tua boca,
o que não quer dizer que não me continuem negadas.

Reconstrui o toque imortal das tuas mãos,
o que não quer dizer que não passe de ilusão perdida.

Provei o sabor imutável dos teus lábios,
o que não quer dizer que não passem de avidez imerecida.

Guardei o abraço dos teus sentidos,
o que não quer dizer que não passe de saudade inútil.

Soltei o espírito e a alma do meu canto,
o que não quer dizer que não vagueiem por todos os cantos.

Entreguei o meu amor incondicionalmente,
o que não quer dizer que não reclame ainda a devolução.

Esperei o dia mais almejado do teu regresso,
o que não quer dizer que não tenhas preferido não voltar.

Conheci o amor da minha vida,
o que não quer dizer que o tenha vivido.

Amei-te a ti e a tudo em ti,
o que não quer dizer que seja o suficiente para me amares.

Vivi infeliz, e feliz morri,
o que não quer dizer que não possa viver,
conhecer, esperar, entregar-me, soltar-me,
guardar, provar, reconstruir, recuperar,
escolher, apagar, enterrar…
Para morrer e de novo amar…
O que não quer dizer que não possa amar-te…
a cada despertar, a cada renascer...
malu

13/07/2009

...a fénix...

Baseadas na lenda da fénix, roubei estas passagens para ilustrar a descrição do momento que vivo agora, ao meu amigo n.dias e, ainda outro do fábio nunes. Ensinamentos míticos que me alimentam com simplicidade e sem grandes alaridos a esperança que me faz voar pra longe de mim, para conseguir ressuscitar mais à frente... é esse o meu único horizonte.

Depois de uma fase deprimente, estou preparada para renascer, e sei, que vai doer, continuar a doer, ainda durante mais algum tempo... não peço a ninguém que me acompanhe, reconheço que não sou boa companhia, nesta fase de auto-combustão... mas sei que "alguns" estão comigo...obrigado...

malu stay alived by carveed deep

"A fénix (águia) é a ave que possui a maior longevidade dentro da sua espécie. Pode chegar aos 70 anos. Mas para chegar a essa idade, aos 40 anos ela tem que tomar uma decisão difícil...
As unhas tornam-se compridas e flexíveis não permitindo, assim, agarrar as presas das quais se alimenta. O bico torna-se excessivamente curvo. As asas apontam contra o peito, envelhecidas e pesadas devido à grossura das penas. Voar, torna-se então, muito complicado.
Restam duas alternativas à Águia:- Ou morre ou tem de enfrentar um doloroso processo de renovação que irá durar cerca de 150 dias.
Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e recolher-se num ninho próximo de um paredão onde não necessite de voar. Após encontrar esse lugar, a Águia começa a bater com o bico numa parede até o conseguir arrancar. Depois de o arrancar, espera que nasça um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas.
Só após cinco meses sai para o famoso Vôo da Renovação e para viver, então, mais 30 anos.

Nas nossas vidas, muitas vezes, temos de nos resguardar/retirar por algum tempo e começarum processo de Renovação. Para que continuemos a voar um "Vôo de Vitória", devemos desprender-nos das lembranças, costumes e outras tradições que nos causaram dor.
Apenas livres do peso do passado, poderemos desfrutar o resultado valioso que uma renovação traz sempre."

pintura de neide reche

"Fénix é uma ave que quando morria entrava em auto-combustão e passado algum tempo renascia das próprias cinzas. A Fénix teria o tamanho aproximado de uma águia. A vida longa da Fénix e o seu dramático renascimento das próprias cinzas transformaram-na em símbolo da imortalidade e do renascimento espiritual.

Assim como a Fénix, em vários momentos da nossa vida sentimos a necessidade de renascer para ultrapassar um determinado obstáculo.

Na minha opinião o mito de Fénix é um dos mais fascinantes da mitologia grega e representa uma conduta que deveríamos adoptar para a nossa vida, deveríamos sempre que necessário acordar, renascer para uma nova vida, abrir os horizontes e lutar para atingir os nossos objectivos."

11/07/2009

...O primeiro dia....


...Do resto da minha vida...

a fenix renascida

Sim, é hoje... depois de ti, e de decidir que mais uma vez, quem me perde, é quem não me quer.

Em vez de continuar presa onde estive até hoje, à tua espera, resolvi voar... e poisar aqui, nestas páginas onde espero alcançar o equilíbrio, depois de me ter desfeito de amor, desesperado de dor, e de me ter estoirado contra uma realidade cruel, que me trouxe de volta ao que é a minha vida...sem ti.

O desencanto doi. Mas vai passar...
E até lá, vou andar por aqui, apanhando os estilhaços do que fui.

Não posso dizer que não mereças o meu amor, porque to dei incondicionalmente, e durante muito tempo sempre te vi como merecedor. Mas decididamente hoje, prefiro renascer, depois da morte desse amor (em ti, porque em mim vai existir sempre).

Garantidamente eu, não mereço o sofrimento de te não ter.

Depois de ti, estou aqui, para lembrar a mim mesma que, ainda sobra muito de mim...

malu