...Às vezes dá-me p`a ler outras pra escrever, às vezes dá-me p`ouvir outras pra cantar, às vezes dá-me p`a rir outras p`a chorar... Eis que apenas "eu" e os "outros" vivemos no mesmo mundo, não assim tão longe...

30/12/2009

...há quanto tempo...




não sei de ti....

concordar mas...sempre em desacordo



A maioria das pessoas só se convencem de ter razão depois que outras pessoas concordam com elas.
Mas alguns de nós não achamos nada mais perturbador do que as nossas próprias palavras ditas por outros.



Walter Kaufmann,
in 'Crítica da Religião e da Filosofia'

28/12/2009

há ... em ti



Há uma luz em ti

que em mim reflete algo bom

quem sabe a esperança, quem sabe a coragem

que trazes contigo, que partilhas comigo


Há um saber dar em ti

que em mim provoca uma vontade pura

quem sabe de receber, quem sabe de devolver

que brinca contigo, que te eleva a amigo


Há uma brandura em ti

que em mim se transforma em paz

quem sabe a inocência, quem sabe a astúcia

que descobres no escondido, que levas ao teu abrigo


Há uma revolta em ti

que em mim desperta um abrir-de-olhos

quem sabe para o resto do mundo, quem sabe para o teu mundo

que me liberta do meu casúlo, que me exclui do estado nulo


Há uma palavra em ti

que em mim cala e fica por dizer:

quem sabe "fazes-me bem", quem sabe "obrigado por existires"

que espero que nunca mudes, e que simplesmente, sintas!

da malu para hs

19/12/2009

ainda não sou uma besta



Vazio, profundo e eterno, é o que sinto, a me perturbar, a me consumir.
Já não sou mais humano, ainda não um deus e ainda não uma besta. Talvez mais humano do que eu gostaria de ser ou de admitir, pois sim, uma grande vitória não está em descobrir o que você realmente é, e sim admiti-lo. Qualquer verme pode descobrir quem realmente é, mas poucos podem aceitar o que são.

Então eu olho em minha volta e tudo o que sinto é desprezo, ódio, fúria e uma terrível solidão. Sou único, sou uma espécie única vivendo no meio dos símeos sem cauda (e sem cérebro), envolto de ignorância tristeza, agonia. Este é minha terrível sina? A eterna solidão? Não quero sua misericórdia, pois dela não preciso, não iria mudar nada mesmo. Você não seria tão bom quanto eu, e eu não iria me rebaixar, jamais.

Tenho então de me tornar um ser auto-suficiente, independente de outros. Mas até o mais perfeito sente necessidade de um beijo apaixonado, de um abraço amoroso, de uma noite de prazer, e eu não sou exceção a isso. Não pense que eu quero seus beijos sem gosto, seu falso abraço ou sua vagina banalizada, eles não iriam me satisfazer.

Nada pode ser feito, só alimentar meu sonho que há outras como eu. Até lá, devo continuar no escuro, como sempre.

Levy Henrique Bitencurt Filho

16/12/2009

...if you leave me now...



Isto chega a ser assustador: como esta música, esta letra, esta canção, se mantém actual no meu coração!!!

14/12/2009

...de que me vale?...




de que me vale  um coração apertado, cheio de recordações ?

uma caixa vazia, cheia de tudo que me deste?

sim, guardo a caixa... só para lembrar que existiu um tempo em que tu também exististe

e, de que me vale ?!

10/12/2009

... se o amanhã não vier ...



Se eu soubesse que essa seria a última vez que eu veria você dormir eu aconchegaria você mais apertado, e rogaria ao senhor que protegesse você.

Se eu soubesse que essa seria a última vez que veria você sair pela porta, eu abraçaria, beijaria você, e chamaria de volta, para abraçar e beijar uma vez mais.

Se eu soubesse que essa seria a última vez que ouviria sua voz em oração, eu filmaria cada gesto, cada palavra sua, para que eu pudesse ver e ouvir de novo, dia após dia.

Se eu soubesse que essa seria a última vez, eu gastaria um minuto extra ou dois, para parar e dizer: EU TE AMO ao invés de assumir que você já sabe disso.

Se eu soubesse que essa seria a última vez, eu estaria ao seu lado, partilhando do seu dia, ao invés de pensar: "Bem, tenho certeza que outras oportunidades virão, então eu posso deixar passar esse dia."

É claro que haverá um amanhã para se fazer uma revisão, e nós teríamos uma segunda chance para fazer as coisas de maneira correta.

É claro que haverá outro dia para dizermos um para o outro: "EU TE AMO",  E certamente haverá uma nova chance de dizermos um para o outro: "Posso te ajudar em alguma coisa?"

Mas no caso de eu estar errado, e hoje ser o último dia que temos, eu gostaria de dizer O QUANTO EU AMO VOCÊ, e espero que nunca esqueçamos disso.

O dia de amanhã não esta prometido para ninguém, jovem ou velho, e hoje pode ser sua última chance de segurar bem apertado, a mão da pessoa que você ama.

Se você está esperando pelo amanhã, porque não fazer hoje?

Porque se o amanhã não vier, você com certeza se arrependerá pelo resto de sua vida, de não ter gasto aquele tempo extra num sorriso, num abraço, num beijo, porque você estava "muito ocupado" para dar para aquela pessoa, aquilo que acabou sendo o último desejo que ela queria.

Então, abrace seu amado, a sua amada HOJE. Bem apertado. Sussurre nos seus ouvidos, dizendo o quanto o ama e o quanto o quer junto de você. Gaste um tempo para dizer: "Me desculpe"  "Por favor"  "Me perdoe"  "Obrigado" ou ainda:  "Não foi nada"  "Está tudo bem".

Porque, se o amanhã jamais chegar, você não terá que se arrepender pelo dia de hoje.
Pois o passado não volta, e o futuro talvez não chegue.


09/12/2009

... não fui capaz ....



Será que fiz tudo ?

Não... não fui capaz!!!


Sem que me pedisses, sem que me quisesses

não fui capaz de esperar-te, de prometer-te


Sem que me amasses agora

não fui capaz de te querer por tempo indeterminado


Desculpa-me se dei tudo de uma vez

precisamente quando não podias retribuir-me

Agora não sou mais capaz!!!


malu

08/12/2009

...coisas pequenas...




não há coisa maior que amar...

... vir a ser ... (inacabado em mim ) ...



Imagem: Spiritus Lupus in umbra engredi...

Eu me experimento inacabado. Da obra, o rascunho. Do gesto, o que não termina.

Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo,

O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber. O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos.

Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nesta hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis.

Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil.

Melhor mesmo é continuar na esperança de confluências futuras. Viver para sorver os novos rios que virão.

Eu sou inacabado. Preciso continuar.

Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida. A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim. Um dia sou multidão; no outro sou solidão. Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só. Eu sou assim. Sem culpas.

07/12/2009

...baçançar...



"há quanto tempo não dizes que me amas?!"

...não importa o quanto te importes...
porque algumas pessoas simplesmente, não se importam...

... o almas da minha alma ...


sim ... tanto neste como no outro blog... agora apresento apenas  pensamentos, excertos, passagens, e palavras e momentos que me marcam, de outros autores ... ( é mais uma fase... como sabeis, não há estática em mim )

já lá vão meses e anos, sempre a exteriorizar os sentimentos que as palavras me provocam, e a partilhar, quer aqui quer no (reticências)...

não se trata de exibição do ego, nem de auto promoção, até porque, tudo o que transmito, é mais ou muito mais triste e, tudo o que escrevo, é doloroso e melancólico, e por vezes motivo de dor, e não de orgulho, talvêz por isso, sinta a necessidade de pôr cá pra fora, se não rebentava a maior parte dos meus dias...

não são dias negros...credo...não vivo num purgatório... mas, sinto muito profundamente as coisas ocas, as coisas cheias de nadas que me corroiem , tanto que chegam à destruição da mente, da alma... e não valorizo tanto os bons momentos quando escrevo: numa palavra... dramatizo sim... e muito... e só escrevo quando estou mal... o que nestes ultimos meses ou anos, tem sido uma constante na minha inconstância...

tudo isto para dizer que, passado este tempo, em que escrevia, publicava, ouvia, lia e publicava, e misturava, e desistia de um blog e começava outro, e emaranhava tudo de novo, e voltava aos dois, e nunca me desfiz de nenhum, nem deste nem do reticências... achei que já não fazia sentido escrever quer num quer no outro( o que não quer dizer abandoná-los apenas que o que escrevo eu, tem agora outro lugar ).

Não quer dizer que não continue mal, que não continue a escrever compulsivamente... mas tenho desde há pouco tempo esse outro "caderno virtual", ou seja outro blog, onde publico apenas, textos de minha autoria.
os actuais e os já publicados em blogs e sites diversos, ou os apenas deixados na gaveta anteriormente em outros meus cadernos.

um dia... quando me cansar de escrever... o almas da minha alma, é o único livro, que não deixarei de ler.

o depois de tudo e o reticências continuam porque é no que vivo e leio e acompanho que me revelo também... mas o que escrevo eu, fica e sai das almas da minha alma.
eis  a nova morada :


apareçam

como sabem

detesto a solidão

06/12/2009

...tempo...




Não passes o tempo com alguem que não esteja disposto a passá-lo contigo...
Gabriel Garcia Marquez

03/12/2009

...eternamente dois apenas...




Dois...

Apenas dois.

Dois seres...

Dois objetos patéticos.

Cursos paralelos

Frente a frente...

...Sempre...

...A se olharem...

Pensar talvez:

“Paralelos que se encontram no infinito...”

No entanto sós por enquanto.

Eternamente dois apenas.

Pablo Neruda

29/11/2009

...steve vai ... tristeza vai...

que fim de semana de caca... começou bem mas acaba mal

estava a estranhar... mais nada pra me acontecer ?!

com toda esta revolta, que me deu... pra guitarrar... e não é que é desta é que me decidi que vou mesmo tentar aprender a tocar guitarra nos próximos tempos

estou encantada com esta guitarra... aaaaahhhhhhh e onde terei eu já visto uma igual?!


27/11/2009

...abarcar...


aguarela de A Ameos

Mesmo que sejamos capazes, não conseguimos abarcar tudo.

Os barcos de hoje, ou são muito pequenos e marejam vazios, ou são muitos grandes e navegam carregados demais.
Os vazios por pequenos e inconstantes, percorrem mares à deriva, à procura de uma substância que os não afunde.
Os carregados por grandes e seguros, enchem-se do muito que os levará a um sem fim de portos em aguardas fundadas.

Por aparecer ou aparecidos, esquecidos ou por esquecer, próximos ou distantes, uns e outros, barcos vazios e barcos cheios, aglomeram-se nesse agitar de ondas que por fim, os justaporá à transbordante quietude de uma térrea chegada.

26/11/2009

...porquê?...



porquê?!...


porque desistes de mim?


porque me deixas resistir?


porque não me vês aqui


e como preciso de ti?

...vou te amar...assim...

hoje pediram-me para passar e ... passei... e passei-me!!!
lucas e mateus : vou te amar assim...




"Você ficou em mim dentro de minha alma
Feito tempestade que nunca se acalma
Amor que me pegou de um jeito inesperado
Teu nome é um grito preso na garganta
Te vendo acompanhada parecendo santa
E eu querendo ser quem está do seu lado

Será, (será)
Do jeito que você quiser assim será
Mesmo que toda vida tenha que esperar
Eu ficarei guardado nesse sentimento

Vou te amar assim
A felicidade é o meu castigo
Será que tanto amor pra mim é proibido?
Estou morrendo aos poucos por sonhar contigo

Vou te amar assim
Desejo a sua boca sem poder beijá-la
Desejo a sua pele sem poder tocá-la
E queimo de vontade a cada madrugada
Vou te amar assim
Vou te amar assim
Vou te amar assim

Assim vou caminhando numa corda bamba
E sigo as tuas marcas feito tua sombra
Preso nesse amor que eu quero noite e dia
O tempo vai passando como o vento forte
E eu aqui largado a minha própria sorte
Contando os segundos pra você ser minha

Será (será)
Do jeito que você quiser assim será
Mesmo que toda vida tenha que esperar
Eu ficarei guardado nesse sentimento

Vou te amar assim
A felicidade é o meu castigo
Será que tanto amor pra mim é proibido?
Estou morrendo aos poucos por sonhar contigo

Vou te amar assim
Desejo a tua boca sem poder beijá-la
Desejo a sua pele sem poder tocá-la
E queimo de vontade a cada madrugada

Vou te amar assim
Vou te amar assim
Vou te amar assim"


a musica n tem nada a ver, sei lá, nem é bem o meu estilo, as vozes também não,
mas a mensagem... a letra... o momento ... ui... há coisas tão taxativamente banais não há?
quantos milhares já não cantaram, não sentiram, não amaram, como eu, tu, nós, e não choraram assim a cantar, uma despedida...
que cena marada...tou a ficar mesmo piegas, lamechas , lelé da cuca... o amor dá-me cabo da moleirinha

25/11/2009

... adeus marta ...




- Estás disponível para mim ?

- Não...

- Então adeus...

- Adeus Marta !!!

Não foi, não... adeus não... Não foi, não hoje mas estarei em breve... não foi, amo-te e vou ficar contigo, foi apenas, não, e Adeus... Foi... é e será... E doi tanto que seja assim.
Não doi que seja, doi que seja assim!!!

23/11/2009

... não te amo ...



Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n'alma tenho a calma,
A calma do jazigo.
Ai! Não te amo, não!

Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida - nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!
Ai! Não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.


Almeida Garrett

20/11/2009

...a dor que doi mais...




Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.

Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

Martha Medeiros

19/11/2009

...rotina...




"...a simples rotina ás vezes torna-se na saudável rotina por tão simples que seja o desvio dessa rotina..."

escreveu algures alguém que assina amorinha

...

e é tão bom que faças parte da minha rotina rotineira

...ainda...

" Ainda consigo sentir o sabor dos teus lábios, o cheiro da tua pele, o som da tua voz… Fecho os olhos e ainda sinto as tuas mãos a percorrerem o meu corpo, ainda sinto a tua respiração ao meu ouvido, ainda sinto o teu olhar fixo no meu. Quero arrancar-te de mim, mas a verdade é que ainda estás demasiado entranhado no meu corpo, na minha alma, no meu ser… Não me queres, já me disseste… Mais do que uma vez até… Dizes que gostas, que chegas até a amar, mas não me queres. E eu espero, um dia… outro…outro e outro… E nada muda… Há um momento em que tudo muda, sentes a minha falta, não sabes o que fizeste, achas que foi o maior erro da tua vida… Mas passa, no instante seguinte, e afinal não devias ter dito nada daquilo… Estavas confuso, só isso! Pedes desculpa… eu desculpo… e volta tudo ao mesmo... Eu a sentir-te em mim como sempre senti, eu cheia de ti sem saber o que fazer aos dias sem que faças parte deles. Afundo-me em lembranças e recordações… Lembro a primeira saída, o primeiro beijo, a primeira noite que passámos juntos… Lembro como ríamos abraçados na cama, lembro-me da gargalhadas de menina ingénua e das lágrimas que chorei no teu peito… Lembro-me do abraço e dos carinhos, lembro o teu sorriso e a sede que tinhas de mim… Lembro os sonhos, os planos, as promessas… Lembro com mágoa tudo o que perdi… Tudo o que nunca tive… "

"..."  m.


só não posso prometer-te que não te incomodarei mais, aliás, nada posso prometer-te pois, também sei que não gostas de promessas... mas uma coisa te prometo : de cada vez que te pareça uma despedida... não é...
de cada vez que te pareça um adeus para sempre, é um volta depressa por favor... de cada vez que te pareça que gosto de ti, menos um bocadinho, quero que saibas que não, que te amo apenas mais um bocadinho e por isso me perco mais um bocadinho, por não te ter mais um bocadinho... nunca conseguirei despedir-me de um amor que me guia, mesmo que na maior escuridão
malu

16/11/2009

...sobras...

e eu que estava disposta a ficar com as sobras
vejo que nada sobrou

e eu que tanto queria juntar todos os meus pedaços
minhas sobras para te dar

vejo que não sobrou vontade alguma
depois de me veres despedaçar
em me recuperar

e eu que tanto amei a sobra de todo o amor que já não tinha
que vejo que só sobra o não ter
quem nunca me amou

afinal
sobra ainda algo
eu
malu


E sobra tanta falta no final


Sobra tudo que nos faz mal

E o que mais falta, afinal

Amor que já sobrou no carnaval



Sobra tanta falta, afinal

Amor que faltou no final

E no final do nosso amor

Só faltou o amor, afinal



E provo desse amor requentado

Frio como as sobras da almoço

De anteontem

Já perdeu o tempero e o sabor



E nas sobras e nas cinzas do amor

Nas nossas horas últimas e derradeiras

Não resta muito o que dizer

Só recolher nossos restos e continuar



Sobra tanta falta

Falta de mim, de nós, de amor

De tudo

Sobra tudo

Sobra tudo que há falta



Os restos de nós

Restou tão pouco

Estamos tomando os últimos goles

Mal dá pra sentir



Os restos de tudo

De tudo que é escasso e raro

De tudo que se foi

E que a gente acredita que ainda não morreu



Tentar ver se sobra alguma coisa

Mas falta tanta coisa

E sobra tanta falta no final
 
 

13/11/2009

...mais nada...



Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.
Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.
Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca,
não haverão de arrancar a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula é triste como um ai.
A luz de um morto não se apaga nunca!
a rua dos cataventos de
Mario Quintana

12/11/2009

...É difícil...

a todos aos que alguma vez não consegui dizer tudo, o que "tinha pra dizer" hoje, cito pp :




"É difícil não se deixar arrastar pela cegueira maniqueísta: os bons contra os maus, e só nós sermos os bons. Qualquer pessoa sabe que não é possível isolar o pensamento dos sentimentos, sobretudo quando a tensão cresce, e como escreveu alguém que sabia mais, “Há sempre um pouco de razão na loucura, e um pouco de loucura na razão”. Não consigo deixar de me tornar permeável aos que me estão mais perto, sofrer com eles, preocupar-me com eles. Não gosto de ter opiniões, quanto mais de as escrever, porque fixar uma determinação é enfraquecê-la. Detesto convencer alguém de alguma coisa, porque já estive convencido de coisas opostas. Mas abomino o relativismo do vale tudo, o egoísmo do não ter nada que ver com isso, a injustiça mesmo quando provém da simples ignorância."
pedro paixão in
a cidade depois

10/11/2009

...extremos...




Não sei voar com os pés no chão
Não sei rir sem ser até chorar
Não sei chorar sem soluçar
Não sei ficar feliz sem abrir meu sorriso largo
Sou os extremos dos meus sentimentos

Não sei amar sem ser até sofrer
Mas para a minha sorte
Apenas os poetas morrem de amor

04/11/2009

..."normalidade"...


rufino


Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.

Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
Oscar Wilde

27/10/2009

...Como vai?!...


eu no melhor carnaval  - aaaaahahahaa
(há programas de fotomontagem fantásticos não há?!)



Me cansei de lero-lero
Dá licença, mas eu vou sair do sério. Quero mais saúde...
Me cansei de escutar ... Opiniões...
De como ter um mundo melhor

Mas ninguém sai de cima
Nesse chove-não-molha
Eu sei que agora... Eu vou é cuidar mais de miiiiiiiiiiiim!
Uh! Uh! Uh! Uh! Uh! Uh!
Uh! Uh!
Uh! Uh! Uh! Uh! Uh! Uh!
Uh! Uh!...

Como vai? Tudo bem!
Apesar, contudo... Todavia, mas, porém
As águas vão rolar ... Não vou chorar ... Não!
Se por acaso morrer
Do coração... É sinal
que amei demais
Mas enquanto estou viva ... Cheia de graça
Talvez ainda faça

Um monte de gente feliz!
Uh! Uh! Uh! Uh! Uh! Uh! Uh! Uh!
Uh! Uh! Uh! Uh!Uh! Uh!  Uh! Uh!
Uh! Uh! Uh! Uh! Uh! Uh!...Uh! Uh!

rita lee
saúde

26/10/2009

...ainda que pareça tarde...


E ainda pareça tarde, ou que não seja, tanto faz se há luz e se o sol brilha nas manhãs em algum lugar: é para lá que irei! Mesmo longes, restam caminhos. Não tantos quanto sonhei, mas tantos quanto possíveis. E os possíveis só se dão na realidade: porque ela é bruta. Por isso que se lapida: porque ela é bruta!
E ainda que cansada não posso parar, não podemos, e só nos movemos se temos um norte ou mesmo um sul, qualquer ponto que não esse em que já estamos, senão morremos, sim, morremos, e há tantas formas de morrer mesmo que vivos.
Erguer a cabeça, olhar pra frente, pras coisas, pros outros, juntar os membros e sonhos espalhados, levantar!
E mesmo que seja doloroso (porque é, apesar de simples), e mesmo que seja terrível (porque é, apesar de belo), e mesmo que sejamos tão outra coisa do que desejávamos, vale viver - eu lhes digo - porque não estamos sozinhos, não estamos: basta estender os braços, ainda que pareça tarde.

22/10/2009

...parece, não... é... pelo que não será...



"o que
parece insuportável
hoje,
será apenas
uma lembrança desagradável
amanhã"

...Frágil...

imagem de butterflydeath

Põe-me o braço no ombro
Eu preciso de alguém
Dou-me com toda a gente
Não me dou a ninguém
Frágil
Sinto-me frágil

Faz-me um sinal qualquer
Se me vires falar demais
Eu às vezes embarco
Em conversas banais
Frágil
Sinto-me frágil

Frágil
Esta noite estou tão frágil
Frágil
Já nem consigo ser ágil

Está a saber-me mal
Este Whisky de malte
Adorava estar "in"
Mas estou-me a sentir "out"
Frágil
Sinto-me frágil

Acompanha-me a casa
Já não aguento mais
Deposita na cama
Os meus restos mortais
Frágil
Sinto-me frágil

Frágil
Esta noite estou tão frágil
Frágil
Já nem consigo ser ágil


rui malheiro e tiago leitão
para jorge palma

19/10/2009

...que te quero?!...


seria preciso o teu corpo

adormecido na minha cama

para que a noite tivesse nome



eugénia de vasconcelos

16/10/2009

... Coragem até ao fim ...

imagem de uma mulher de armas
(torneio de paintball em Bruxelas)


Essa firmeza nos teus gestos delicados
Essa certeza desse olhar lacrimejado
Haja virtude, haja fé, haja saúde
Pra te manter tão decidida assim

Que segurança pra dobrar tanta arrogância
Que petulância de ainda crer numa esperança
Quem é o guia que ilumina os teus dias?
E que te faz tão meiga e forte assim

Coragem, coragem, coragem, mulher
Coragem, coragem, coragem, mulher

Como te atreves a mostrar tanta decência?
De onde vem tanta ternura e paciência?
Qual teu segredo, teu mistério, teu bruxedo
pra te manter em pé até o fim?

Coragem, coragem, coragem, mulher
Coragem, coragem, coragem, mulher

Coragem, mulher
Ivan Lins

13/10/2009

Lágrimas Tristes Tomarão Vingança


Se somente hora alguma em vós piedade
De tão longo tormento se sentira,
Amor sofrera, mal que eu me partira
De vossos olhos, minha saudade.

Apartei-me de vós, mas a vontade,
Que por o natural na alma vos tira,
Me faz crer que esta ausência é de mentira;
Porém venho a provar que é de verdade.

Ir-me-ei, Senhora; e neste apartamento
Lágrimas tristes tomarão vingança
Nos olhos de quem fostes mantimento.

Desta arte darei vida a meu tormento,
Que, enfim, cá me achará minha lembrança
Sepultado no vosso esquecimento.

Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"

Teu Só Sossego aqui Contigo Ausente


Teu só sossego aqui contigo ausente
Na casa que te veste à justa de paredes,
Tenho-te em móveis, nos perfumes, na semente
Dos cuidados que deixas ao partir,
A doce estância toda povoada
Dos mínimos sinais, dos sapatos de plinto
Que te elevam, Terpsícore ou Mnemósine,
Como uma estátua fiel ao labirinto.
Aqui, androceu da flor, o cálice abre aromas,
Farmácia chamo à tua colecção de vidros
Onde, à margem de planos e de somas,
Tenho remédio para os meus alvidros.
O chá é forte e adstringente,
O leite grosso sabe à ordenha,
E até nos quadros vive gente
À espera que a dona venha.
Porque tudo nos tectos é coroa,
No chão as traînes, os passinhos salpicados
Como o vento ainda longe de Lisboa
Escolheu a gaivota do balanço
Que no cais engolfado melhor voa:
Um vácuo, enfim, que o não será — tão logo
Chegues no ar medido e a aço propulso:
Por isso um pouco de fogo
Bate sanguíneo em meu pulso,
Pois o amor de quem espera
É uma graça a vencer.
Uma casa sem hera
É como gente sem viver.


Vitorino Nemésio,
in "Caderno de Caligraphia e outros Poemas a Marga"

...Ausência ...

ai, se a coragem pudesse ser tatuada em mim, como tu foste...


Fala

Ouvir-te-ei
Ainda que os segredos
As amoras me chamem

Diz-me
Que existirão lágrimas para chorar
Na velhice
Na solidão

Ainda que acordes os olhos dos deuses

Fala

Ouvir-te-ei
A coragem

Alguém de nós que já não está


Daniel Faria, in "Oxálida"

12/10/2009

...Montanha...


Se te abaixasses, montanha,
poderia ver a mão
daquele que não me fala
e a quem meus suspiros vão.

Se te abaixasses, montanha,
poderia ver a face
daquele que se soubesse
deste amor talvez chorasse.

Se te abaixasses, montanha,
poderia descansar.
Mas não te abaixes, que eu quero
lembrar, sofrer, esperar.


Cecília Meireles, in 'Poemas (1947)'

... Há canções intemporais ...




...e se um dia agente se encontrar... mesmo havendo muito que esperar... (eu sei que não será diferente)

09/10/2009

...Detesto...

mal entendidos

metidos

oportunamente desentendidos

e desprevenidos escapuliveis

e outros que tais

sem sentidos mas muito sentidos

e idos

08/10/2009

...Mensagem recebida...

Fizeste-te chegar ao meu correio electrónico,
com esta mensagem
(imagem que vale por algumas muitas palavras)
que, mesmo "ilegível",
me fez sorrir hoje...

Respondo-te aqui:
Sei sim...
Mas sabe tão bem que me lembres...

06/10/2009

...Quero-te aqui...

Finalmente...ufaaa... !!! Mais de dois meses depois.... foi a primeira noite que eu e o Rafa passámos, na "casa nova". Primeiro eram os caixotes por arrumar, depois os móveis por montar, depois os electrodométicos por ligar , depois, a semana de sair ás oito e meia da noite e ter que ir a casa da avó... (ahhh) e, já não vamos de volta prá cidade que já é de noite... depois o fim de semana da festa da terrinha a trabalhar e (olha) fica-se cá que ao menos é mais perto... O feriado... sim, o feriado ainda deu pra fazer dois sacos pequeninos e fugir...
Eram nove e meia, entrámos em casa... noite escuro... O Rafa ficou-se pelo canal panda...pra variar, e mais nada queria... O jantar vinha na marmita... prontinho, mas queriamos ir estrear a banheira...
_ Vá vem tomar chuveiro com a mamã...
_ Não...
_ Vêm lá...
_ Não...
Então: (a mamã encheu a banheira de espuma)... o rafa lá brincou até se fartar...até engelhar...
Eram dez e meia, quando comemos fente a frente, cada um pela sua mão, no seu prato, olhos nos olhos... Eu e o rafa... legítimamente felizes, a estrear a cumplicidade de passar a primeira refeição, o primeiro banho, a primeira noite na casa nova...

_ Mamã, onde é a tua cama?
_ É aqui, neste quarto ao lado do teu amor...
_ Mas eu tenho medo de ficar aqui sozinho neste quarto...!!!
_ Mas a mamã fica aqui contigo até adormeceres... e amanhã levantas-te e a mamã está ali ao lado...

Qual quê... ?! nem ele nem ela, conseguiram dormir...
Era uma e meia da manhã e os dois, juntinhos, olho aberto... a calar e a ouvir os barulhos silenciosos, da casa nova... Acabei por não ir pro meu quarto...
Eram 7 horas acordei, o Rafa resmungou como sempre que não queria ir á escola, mas foi...
E agora são cinco e meia da tarde, é semana de sair mais cedo... vou lá buscá-lo e vamos ao supermercado e vamos voltar... para a nossa casa... a casa nova...
Porque já passou a a primeira noite...e como em tudo o que custa é começar...

Mas sabes o que mais custou...?
Não foi o estar sozinha, foi o... não estares aqui...

02/10/2009

...Mais que tudo...


Pensei que sabia tudo sobre o amor, que já tinha vivido todas as situações que envolvem esse misterioso sentimento. No entanto esta convivência ao longe me ensinou que nada sei sobre o significado do verbo amar. O contacto fisico, o toque da pele, o afago, são menos que o verdadeiro amor pode fazer por quem amamos de verdade. A tua ausência me faz pensar, refletir... enfim, descobri que não sei viver sem ti. A falta que me fazes, é como se parte de mim não estivesse aqui. É como se eu estivesse incompleta, carente de mim mesma. Mas sei perfeitamente que isto é só falta de ti.

30/09/2009

...la nuit...

Amor...os anjos esta noite não dormem...dançam...
E eu não vou chorar, vou sonhar contigo...
imagem de Miguel Veiga na net
"Gosto destas noites que trazem dentro delas esse paladar doce e embriagante a infinito. Levantar os olhos e ver o todo. Dessa sensação boa de não sentir o fim. Como se às vezes, só por instantes, o "para sempre" pudesse ser mais do que só um desejo. Gosto deste vento vaporoso que me segreda ao ouvido palavras que não sei decifrar. E da certeza que tenho de que não é tão importante assim saber traduzi-las. Apenas deixá-las fazerem parte de mim. Um raio de luar transporta uma carícia. Um brilhar mais cintilante de uma qualquer estrela leva um beijo de saudade. O som da onda que quebra no escuro da praia conta um segredo. A noite. Silencioso e discreto mensageiro este, que se veste de negro, enquanto traz e leva pedaços de nós. Pequenos pontinhos de luz agarrados ao infinito. Gosto que seja noite agora. É terna e quente a textura na minha pele. É suave e doce na minha boca. Como se fosse o beijo de um amante ausente que o momento traz até mim."

Escrito por cláudia mas deixado aqui... de mim...para ti... só porque sim ... Porque hoje estou feliz por te amar, e existires em mim, embora isso não alivíe a dor de te não ter... Esta noite, prefiro dar lugar à esperança...

bj Malu

29/09/2009

...até quando...

Até quando vais fingir que assim sofres menos,
ou que assim me fazes menos sofrer?!

até quando é o teu até breve ?
até quando é o teu para sempre ?
até quando é o teu NUNCA ?
até onde achas que vais assim
até onde foste agora,
se como paraste dizias não ir a lugar nenhum?

Muda, que quando a gente muda
o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente

Na mudança de atitude

não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro



até quando

Gabriel "o pensador"

...empresta-me...


A vida é a arte do encontro,
embora haja tanto
desencontro pela vida.
É preciso encontrar
as coisas certas da vida,
para que ela tenha
o sentido que se deseja.

(...)

Uma vida só adquire vida,
quando a gente empresta
nossa vida,
para o resto da vida.

Vinícius de Morais

...mais ou menos ...

salade fisica


A gente pode
morar numa casa mais ou menos,
numa rua mais ou menos,
numa cidade mais ou menos
e até ter um governo mais ou menos

A gente pode
dormir numa cama mais ou menos,
comer feijão mais ou menos,
ter um transporte mais ou menos,
e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.

A gente pode
olhar em volta e sentir que tudo está
mais ou menos.

Tudo bem.

O que a gente não pode
mesmo, nunca, de jeito nenhum,

é sonhar mais ou menos,
é ser amigo mais ou menos,
é namorar mais ou menos,
é ter fé mais ou menos,
e acreditar mais ou menos.

Se não a gente corre o risco de se tornar
Uma pessoa mais ou menos.

- Chico Xavier -

25/09/2009

...Insisto...

..."quando me pediste para olhar para ti,
lembras-te de quando me pediste para olhar para ti?
desviei o meu olhar do teu, mas tu insististe.

insististe em ficar comigo... insististe em existir em mim."...

uma foto minha...uma projecção tua

Não vás agora... por favor !!!

Equilíbrio vs Loucura?!

( já que não falas comigo - falo sózinha )
Parte I

- Sabes o que acho do equilíbrio?

- Não, conta-me...

- É aquilo a que chamamos de vingança ou couro-por-couro...ou mau feitío por má rês ou olho-por-olho...

- Explica melhor...

- Se me dói, para que não fiques em desvantagem, terá que te doer a ti também pra que saibas do que estou a falar, entendes?

- Não, não entendo!

- Pois não, porque não te dói!
Não estou a falar da mesquinhês da mania da igualdade de sensações, tipo: "tens que sofrer como eu, ou tens que passar pelo mesmo, para veres o que é pêra doce!... não!
Estou a falar de nós, seres racionais, e do facto comprovado cientificamente de só reconhecermos aquilo de que somos capazes... e tu não és capaz de sentir como eu... não reconheces sequer a minha capacidade, de sentir, de amar de sofrer de abdicar, de exigir para poder desistir... logo não sabes como me dói...

- Sim, mas eu sei o que sentes, eu também sinto...

- Só poderás saber a dimensão do que sinto ou do que falo, se sentires como eu, para poderes discutir, comparar, ou equilibrar como eu quero ou preciso para meu prórpio equilíbrio, caso contrário, será "chinês" a minha linguagem para ti.
- Pois tá bém ... Lá vais tu... quando voltas pra eu voltar aqui?
- Não volteeeeeeeeeeeeees... Precisava de ti aqui, A.G.O.R.A...
Parte II

- E não podes viver sem isso...?!
- Posso,mas não seria a mesma coisa, não entendes...?! - Nunca vês quando me sinto descompensada, nunca me dás a dose que preciso, quando mais preciso...
- Que merda de ressaca...!
- Que vício de caca!!!
- Porquê me torturas assim?!
- Porque existes... !!!... Logo ...
- Não vês como eu gosto de ti?! Que também preciso de ti?
- Mas eu não quero que gostes de mim, quero que sejas louco por mim!
- Queres que eu cometa uma loucura é isso?!
- `Ela´ não existe...!!!... Logo ...
Parte III

- O que é que não existe...? O meu amor...? não sabes como te amo? Porquê és assim?

- Sou como não sabes que sou... sou demasiado para ti!

- E és louca por mim?

- Louca sou, sempre fui louca... só ainda não viste o quanto por ti? Porque não te dói, não és capaz de o sentir, não és capaz de o ler em mim... É isso que me destrói!

- Espera, não te destruas assim. Tu sabes o que eu sinto, vês isso em mim, reconhece-lo... porque tens de ficar assim?

- Não posso esperar mais...quero mais!

- Não te destruas assim... ajuda-me...deixa-me poder amar-te ler-te, ver-te completamente... ainda há tanto pra descobrirmos... só depois de ler toda a mensagem, podes destruíla, e esperar, pra ver se eu serei ou não capaz de cumprir a missão...

- Beeemmmmmm...afinal também és um bocadinho L O U C O...

- Por ti sim...tu sabes que sim... Deixa-nos ir até ao fim... Nós temos o direito de pelo menos tentar ser felizes... tens que ser forte...

- Sozinha não consigo ... vai demorar muito pra mim ... E tu sabes que eu não sei estar sem ti...

- "Não tenho o direito de pedir-te que esperes por mim"...

- Não és louco o suficiente para pedir-me... para saberes que bastaria pedires-me ... E a esperança ou a história, não acabavam nunca, nem nehum dia mais, assim...

(eu comigo)

24/09/2009

...Que eu jamais queira pedir-te amor...


Oxalá estivesse cada amante absorvido apenas pelo seu amor, docemente descuidado dos sentimentos do outro e ao mesmo tempo, e precisamente por isso, esquecido de si próprio, imerso como um peixe jubiloso na realidade do outro. Nenhum amor teria alguma vez fim. «Que eu jamais queira pedir-te amor» deveria ser o voto recíproco dos amantes, a fórmula sacramental das núpcias.
É um equilíbrio impossível, mas de que mais há-de o amor desejar viver?


«Enquanto não estiverdes em condições de ouvir o aplauso de uma só mão...».
(Ko-an de Hakuin)
Cristina Campo,
in Os Imperdoáveis - Contos de Fadas e Mistério

23/09/2009

...tanto...tanto...

desenho de francois dubeau

Eu fui devagarinho, com medo de falhar,
não fosse esse o caminho certo para te encontrar.
Fui descobrindo devagar cada sorriso teu.
Fui aprendendo a procurar por entre sonhos meus.

Eu fui assim chegando, sem entender porquê...
Já foram tantas vezes, tantas assim como esta vez.
Mas é mais fundo o teu olhar, mais do que eu sei dizer.
É um abrigo pra voltar, ou um mar para me perder...

Lá fora o vento nem sempre sabe a liberdade.
A gente finge, mas sabe o que não é verdade.
Foge ao vazio enquanto brinda, dança e salta.
Eu trago-te comigo e sinto tanto, tanto, a tua falta...

Eu fui entrando pouco a pouco,
abri a porta e vi que havia lume aceso e um lugar pra mim.
Quase me assusta descobrir
que foi este sabor que a vida inteira procurei, entre a paixão e a dor.

Lá fora o vento nem sempre sabe a liberdade.
Gente perdida balança entre o sonho e a verdade.
Foge ao vazio enquanto brinda, dança e salta.
Eu trago-te comigo e sinto tanto, tanto, a tua falta...

Lá fora o vento nem sempre sabe a liberdade.
Gente perdida balança entre o sonho e a verdade.
Foge ao vazio enquanto brinda, dança e salta.
Eu trago-te comigo, e guardo este abraço, só para ti...

Mafalda Veiga

`gente perdida´

...imortal silêncio o teu...


Amor, hoje teu nome
a meus lábios escapou
como ao pé o último degrau…

Espalhou- se a água da vida
e toda a longa escada
é para recomeçar
.

Desbaratei- te, amor,
com palavras.

Escuro mel que cheiras
nos diáfanos vasos
sob mil e seiscentos anos de lava –

Hei de reconhecer- te
pelo imortal silêncio.


Cristina Campo

...Tempo...para ler e reler... Re-post

"O amor é tempo e tu não tens tempo para mim. Pelo menos agora. Amor é sorte e talvez eu não tenha sorte. Ou tenha, mas não contigo. Há pessoas a quem falta a saúde, outras uma família que as proteja, outras, a realização profissional. Há mulheres que nunca conheceram os pais, ou que não conseguem ter filhos. Há pessoas que trabalham uma vida inteira e nunca conseguem juntar dinheiro. Há pessoas a quem lhes é retirada a liberdade, ou lhes é interditada a vocação. Na existência humana há sempre uma dimensão que falha. Na minha, na qual alcancei muito mais do que alguma vez achei possível, talvez falte este tipo de amor que há tanto tempo procuro: um amor pleno, supremo e incondicional, um amor sereno e seguro que me proteja do mundo, um amor certo e firme, um amor real, em vez do mundo de sonhos em que vivo mergulhada quase desde que me conheço."

Diário da Tua Ausência, Margarida Rebelo Pinto