...Às vezes dá-me p`a ler outras pra escrever, às vezes dá-me p`ouvir outras pra cantar, às vezes dá-me p`a rir outras p`a chorar... Eis que apenas "eu" e os "outros" vivemos no mesmo mundo, não assim tão longe...

13/09/2009

...limitados...

"Somos limitados por tudo o que não sentimos"
Natalie Clifford Barney


Não me faz confusão, mas faz-me escrever finalmente sobre isso, ao fim de muitas vezes deparar com as limitações de muitos dos que julgava próximos e/ou minimamente entendidos de mim... As páginas, os sites ou os blogs pessoais ou de cada um de nós:
Porque passamos horas na net, saltitando entre um e outro site, ou blog de milhentas pessoas que nem sequer conhecemos, e fazendo aquilo a que podemos chamar de zapping cibernautico, até parar num ou noutro, que nos faz ler, e procurar e quem sabe voltar...até seguir?
Cada um fala ou escreve por si, ou daquilo que sente ou que vive, ou daquilo que admira ou pelo qual se interessa. Somos livres, e ai, ainda bem, nada limitados. Ora, e cá eu, gosto de ler mais aquilo que me soa a real, aquilo que me transporta a historias pessoais de vida, muitas vezes a episódios de amor sim ou de desamor, outras de luta ou de coragem, outras de pequenos sorrisos e pingos de ternura do dia a dia, uns mais espaçados que outros esses dias, mas a maior parte das vezes, paro por sítios onde não me inspiro nem sequer "invejo" ou desdigo ou apelido de algo.
Navego pelas águas (sítios, lugares e palavras) que me levam, não pelas que me trazem.
Se leio é porque gosto e se volto é porque, ou apenas me revejo... ou simplesmente aprecio e, dá-me qualquer alimento tipo migalha de mata-sede-à-alma, saber que ainda há gente como eu neste mundo.

Não entendo porque teria eu que escrever sobre a actualidade, sobre política sobre desporto, sobre a vida dos outros ou sobre sei lá mais o quê... se não são os temas que me interessam, são as pessoas; e muitas vezes sou tão eu mesma, ao ponto de me interessar apenas por mim naquilo que escrevo, sendo obvio que a minha interpretação é de que isso não pode ser levado como egocentrismo ou egoismo, é apenas estado próprio ou natural, porque não escrevo para ninguém mais se não pra mim, e então seria surreal escrever sobre tudo aquilo ou aqueles que nada ou pouco me diz ou dizem.
Mas, porque raio é que alguém há-de pensar que escrevo sempre para atingir, apontar ou corrigir ou enganar ou maçar alguém mais, que não eu?!
O meu mundo está aqui ou além. E quem o acha medonho foge, quem se sente bem nele fica, já que não tenho portas nem janelas no meu espaço. Por outro lado, se não gostasse de visitas não tinha vindo parar à net!!!

Não conto anedotas - nunca tive geito, não mostro fotos dos grupinhos porque já passei essa fase, não discuto politica nem gosto de bons modos... Se sou como sou, escrevo como estou... sempre... e quando não escrevo, gosto de postar excertos do que leio... será defeito ou mau feitío?!
Há provavelmente quem diga que: não há pachorra, para ler aquilo... não há maneira de animar aquilo, não há ali música, não há ali humor, não há ali notícias do mundo do espectáculo, não sei como consegues expor ali, a tua vida toda naquilo...

Ora ai está... "a minha vida toda" não é só "aquilo", neste caso, isto, que possa "expor" neste ou naquele lugar virtual em que me identifico. E o que me surpreende é haverem tão poucos que reconheçam isso....que também eu, só mostro o que quero de mim... e quem vem aqui, não tem nem a ponta do véu... e não sou sempre assim, ou só assim... e o que escrevo, é de mim, e para mim, como o fiz desde a primeira linha, quer em tinta da china, quer virtual, quer em cadernos vulgares quer em folhas de jornal... sempre que me apetece estou, onde quero estar, falando da teletransportação da alma nas palavras, não na física situação ou real.
Há ainda outra face neste ou noutro qualquer meu blog ou espaço virtual, o facto de haver também quem tenha a mania da perseguição e espelhe a patética sensação de que tudo o que escrevo lhe é dirigido. E aí nem comento, apenas haja em mim...santa paciência para o ignorar...

Mas esta, sou eu, e nem todos somos iguais...
Há quem visite apenas os sítios que ficam bem, os sitios da moda, os sítios que os outros gostam, e por lá se passeie e se "vista" de igual... e esses provavelmente, pelo menos visivelmente, não se mostram por aqui, pra poderem dizer que nem sequer passam por aqui... e por isso se limitam a não estar presentes...
Então, não se sentem é isso!!! - "Lamechices, não é pra mim"... nunca ouvi argumento mais básico para a fachada que muita gente mantém...
A minha vida toda, para mim, dava um filme sim, mas só pra mim... não venho aqui ou a qualquer outro lugar deixar argumentos... desenganem-se os que por fragmentos me julgam, ou por momentos, em que a opacidade ou a transparência são linhas ténues e indivisíveis.

Escrevo sempre na primeira pessoa.... e para quem o sente, isso basta.
Aos que lêm e entendem ( o que não é o mesmo que dizer aos que comentam ) o meu obrigado por serem os meus verdadeiros amigos ou por saberem lêr-me pelo menos...
Aos limitados, não tenho que me justificar...
Malu

2 comentários:

  1. Ola Marta,
    Apenas uma palavra sobre o que li:
    - Verdadeira
    Por isso, gosto de a seguir...
    Fique bem!

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  2. obrigado faroleiro... idém aspas mas sempre com algumas reticências... havia uma frase daquelas que na escola deixávamos aos amigos nos livrinhos de autógrafos feitos por nós em trabalhos manuais que nunca esqueci:

    "Não andes atrás de mim...posso não saber guiar-te... não andes à minha frente...posso não saber seguir-te... anda a meu lado... e sê simplesmente meu amigo...!"

    beijo

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... o eco do que sentimos é sempre bom de ouvir ...