caio sempre no mesmo buraco. mudo de rua, de passeio, de cidade, mas o buraco irrompe invariavelmente entre os passos e as passas e, fatalidade suprema, vou sempre ao chão.
estava limpo, é o que vale. também não houve grande alarido, nem sangue à fartura. com o andar das coisas, ou seja, com o multiplicar dos buracos, a carapaça vai endurecendo e eu já não choro tanto.
tenho que me levantar outra vez.
talvez mude de rua, de passeio ou mesmo de cidade.
já pressinto um outro buraco mais à frente, subtil na sua sevícia, mas não posso ficar no chão.
não devo. não quero.
vou respirar fundo, fechar os olhos e avançar uma vez mais.
nesta fase, começo a escrever filosofia e chego à minha primeira sábia conclusão: não vale a pena ir de olhos bem abertos; os buracos são inevitáveis.
estava limpo, é o que vale. também não houve grande alarido, nem sangue à fartura. com o andar das coisas, ou seja, com o multiplicar dos buracos, a carapaça vai endurecendo e eu já não choro tanto.
tenho que me levantar outra vez.
talvez mude de rua, de passeio ou mesmo de cidade.
já pressinto um outro buraco mais à frente, subtil na sua sevícia, mas não posso ficar no chão.
não devo. não quero.
vou respirar fundo, fechar os olhos e avançar uma vez mais.
nesta fase, começo a escrever filosofia e chego à minha primeira sábia conclusão: não vale a pena ir de olhos bem abertos; os buracos são inevitáveis.
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